English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified
By Ferramentas Blog
Mostrando postagens com marcador motor AP. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador motor AP. Mostrar todas as postagens

Adaptação do motor AP no Niva



Adaptar ou não adaptar, eis a questão. 

O Volkswagen AP é sem dúvida a opção de motorização mais fácil e usual para se adaptar no Niva e, portanto uma solução já bastante testada e discutida, mas nem por isso é unanimidade entre os Niveiros. Na Internet é possível ler muita coisa sobre o tema, com relatos muitos contraditórios o que torna o assunto polêmico. A decisão de se adaptar ou não o motor AP  deve ser bem estudada e entendida para evitar arrependimentos posteriores e, para tal recomendo que não se detenham apenas com as informações deste “post” e busquem outras opiniões e experiências. Para começar sugiro que acessem a área de download do blog e procurem pelas compilações que fiz dos comentários oriundos de dois importantes fóruns sobre o Niva, alem de ler o texto resgatado do extinto e saudoso Nivasite. Quem é niveiro das antigas deve se lembrar deste incrível site e de seu idealizador, Bruno Mega, ao qual gostaria de agradecer pela gentileza em ceder o material,  tenho certeza que a leitura será muito útil a todos e nostálgica para alguns, acessem clicando AQUI.

Para contribuir com a polemica, elaborei um cenário de quesitos Prós e Contras, baseados obviamente nas minhas experiências e estudos.

“Contras” a adaptação:

1. Custo. 

Olhando apenas pela ótica financeira, como o Niva é um dos 4x4 mais baratos do mercado, adaptar o motor AP pode não ser exatamente um bom negócio, principalmente se a intensão é vender o carro, porém quem tem um jipe mais velho, independente da marca, sabe que certas decisões que tomamos não visam o retorno financeiro, ou seja,  o objetivo pode ser desde a busca por melhorias no desempenho até o prazer de torna-lo personalizado, portanto se você é daqueles bem racionais que não fazem nada sem deslumbrar um ganho econômico, creio que o simples  fato de ter um  Jipe mais velho na garagem pode em algum momento se tornar bem entristecedor para você.
Mas deixando de lado a questão filosófica, na sequência elaborei uma estimativa de custo para instalar o AP no Niva optando pelo motor carburado, que torna a adaptação mais barata.

Vamos aos custos. 
Base - janeiro/2018.

Motor AP 1.8 carburado completo comprado em desmanche, contendo, carburador, bombas de agua e gasolina, distribuição completa, motor de arranque, mangueiras, etc.
R$ 2.000,00

Kit de adaptação novo:
R$ 1.500,00

Kit de embreagem recondicionada:
R$ 200,00

Ventoinha do Santana com defletor para o radiador do Niva:
R$ 250,00

Termostato para radiador do Niva:
R$ 70,00

Pedal do acelerador do Escort completo e cabo do Santana
R$ 100,00

Diversos (Juntas, óleos, kit de reparo do carburador, filtros, velas novas e outros pequenos gastos)
R$ 250,00

Mão de obra e materiais para revisão básica do motor AP. (Troca óleo, correia, velas, filtros, limpeza do carburador, etc.)
R$ 300,00

Mão de obra para adaptação do motor AP e ajustes
R$ 800,00

Regularização da documentação (Vistoria e colocação do número do motor no documento)
R$ 200,00

Total estimado arredondado = R$ 5.700,00

Independente da margem de erro referente aos preços praticados nas diversas regiões do país e outras variáveis não mensuráveis, podemos concluir que fica proporcionalmente caro adaptar o AP no Niva. Digo isso devido ao preço médio de venda de um Niva já com AP instalado girar em torno de apenas R$ 5.000,00 a R$ 8.000,00 (janeiro/2018). Diria, portanto, que o principal fator desmotivador da adaptação é sem dúvidas o quesito custo.
Na hipótese do motor original do Niva estar fundido, talvez influencie positivamente a favor da adaptação, visto que também não fica barato retificar totalmente o motor Russo.

2. Riscos relacionados a execução do serviço

Por se tratar de uma adaptação é logico que existem riscos. Diria que o maior deles é a qualidade do serviço de instalação, primordial para evitar problemas colaterais decorrentes da má adaptação, ou seja, o que seria uma melhoria no carro pode se transformar numa imensa frustração. Um exemplo clássico seria o desalinhamento do motor/cambio em relação a caixa de transferência, o que com certeza pioraria a questão das vibrações. Atente-se que a maioria das oficinas mecânicas preferem serviços de giro rápido e nem sempre estarão dispostas a gastar tempo analisando o que seria tecnicamente correto durante processo de adaptação, portanto a escolha da oficina ou do mecânico é fator decisivo para obter êxito na empreitada. Para minimizar as possibilidades de erros o correto é o proprietário do Niva se envolver o máximo possível com o projeto, a ponto de supervisionar com propriedade os trabalhos de adaptação.
Um fator que aumenta muito o risco é tentar fazer a adaptação sem utilizar o kit especifico e desenvolvido para esta finalidade, ou seja, as chances de algo dar errado se multiplicam. 

3. Melhora na oferta de peças originais;

Diferente do ocorrido a alguns anos atrás, onde a oferta de peças originais e confiáveis era mais difícil, o cenário atual, com as facilidades da Internet, melhorou muito e hoje é possível comprar peças confiáveis em sites e lojas no Brasil ou até importa-las diretamente via Internet, portanto, este fenômeno deve atualmente influenciar muito na decisão de não nacionalizar a motorização do Niva.

4. Robustez do Motor Russo;

Creio ser um consenso que a motorização original Russa é bastante robusta e confiável;

5. Originalidade

Em consequência da melhora na oferta de peças, manter o Niva o mais original possível também é um atrativo muito interessante, principalmente se o proprietário morar em um grande centro e próximo a mecânicos especializados no carro, talvez, nesse caso, valha a pena pagar um pouco a mais por peças e mantê-lo original, sem contar no prazer de ter um Nivinha igual ao projeto made in CCCP;

6. Adaptação da Embreagem (Disco e Platô)

Muitos torcem o nariz quando descobrem que o acoplamento da embreagem será feito por peças de diferentes marcas de carros. Por exemplo, uma configuração muito usada seria o disco do Tempra  com Platô do Santana . Isso pode soar como uma terrível gambiarra para alguns ouvidos e, com certeza, fazem supostos interessados a desistir da ideia de adaptar o motor AP em seus Nivas. 
Oportunamente, ainda neste post, estarei explicando particularidades e experiências da embreagem dos Nivas com motor AP.

7. Acesso a oficinas especializadas em Ladas

Nas grandes cidades ainda existem oficinas realmente especializadas em Ladas, inclusive com mecânicos treinados e oriundos da própria rede Lada de assistência técnica, o que torna mais fácil manter o carro em boas condições sem gastar fortunas. O custo dessa mão de obra é compatível com o praticado por oficinas de concessionárias ou multimarca consideradas de ponta, por exemplo. Inclusive, alguns mecânicos Lada preferem carros originais e no caso especifico do motor alegam que o AP deixa o acesso mais difícil o que pode até encarecer o serviço. 

8. Aumentar a potência do motor original

Para aqueles que buscam simplesmente melhorar a performance do motor original 1.6, existe a possibilidade de repotencialização do motor para 1.9, com uso de um kit original Lada. O custo do kit é por volta de $ 800,00 (dólares) mais taxas de importação, transporte e mão de obra para instalação. A foto a seguir mostra os componentes do kit que é vendido pelo site LadaPower, uma excelente alternativa. A unica ressalva é o custo final de importação que vai depende da taxa de cambio do momento e da quase certa taxação alfandegaria somado ao custo de transporte o qual é impactado pelo peso do produto, procure saber mais sobre isso para não ser surpreendido.



“Prós” a adaptação

1. Menor custo de mão de obra de manutenção. 

Do Oiapoque ao Chui, a oferta de mão de obra apta a prestar manutenção com tranquilidade nos  motores AP é muito grande. Dificilmente uma oficina vai declinar do serviço alegando dificuldade em peças ou outra desculpa qualquer.

2. Facilidade de se encontrar peças de reposição

Existem em fartura em todo país, originais ou paralelas.
Outra opção são os desmanches de automóveis. A oferta de motor AP também é muito grande, desde partes até motores completos.
Apenas para exemplificar, em todas as ocasiões onde fui obrigado a manter meu Niva parado por falta de peças, sempre foram em função de itens importados.

3. Menor custo das peças. 

Pela grande oferta não poderia ser diferente, os preços são menores que as peças originais Russas, alem da possibilidade de se encontrar a maioria das peças no comercio local, dispensando custos de frete e prazos de entrega nem sempre rápidos. Um fator que influencia bastante o preço final das peças importadas é a taxa de cambio, não são raras as ocasiões de altas do dólar no Brasil o que impacta diretamente os preços das peças made in Russia.

4. Confiabilidade e robustez do motor AP. 

Diria que a confiabilidade do motor AP seria no mínimo igual ao do motor original Russo, ambos são bons. 
Por exemplo, em mais de 18 anos usando o AP em meu Niva, nunca tive uma quebra sequer, apenas manutenção preventiva, lembrando que não faço trilhas pesadas com o carro.

5. Confiabilidade das peças agregadas ao motor

Conforme acabei de dizer, o motor original do Niva é considerado robusto, mas não sei se colocaria a mão no fogo quanto as peças agregadas ao motor, tais como: distribuidor, platinado, alternador, carburador, motor de arranque, válvula termostática, bomba de água e de combustível, etc. Uma vantagem de quando adaptamos o motor AP é que todos os componentes citados passam também a ser nacionais, atrás de marcas conceituadas como Bosh, Magneti Marelli, Brosol, Sachs, Mahle, Sabó, Gauss, Weber, MTE, etc., as quais, tendem ser um pouco mais confiáveis que algumas peças originais e nativas do mercado Russo, principalmente as paralelas encontradas no mercado;

6. Motor com maior potência e torque e menor peso. 

O Volkswagen AP (Alta Performance) é sem dúvidas um dos motores mais usuais e consagrados no mercado brasileiro, seja pela robustez e durabilidade ou pelo excelente desempenho que apresenta.
Existem três opções de cilindradas para os motores AP: 

1600cc (1.6);
1800cc (1.8); 
2000cc (2.0).

Porém, para existir um real ganho de performance em relação aos motores originais do Niva a escolha deve ser no mínimo pelo AP1.8. Na pratica, as experiencias demonstram que o AP1.8 carburado já apresenta uma melhora no desempenho, porém, nada muito acentuado. A partir dos AP1.8 injetados a melhora é mais significativa, seguido obviamente pelos motores 2.0. 
Diria que um AP2.0 injetado a álcool forneceria potência e torque de sobra para o conjunto mecânico do Niva, a ponto de preventivamente ser prudente dosar o pé no acelerador, principalmente em situações de trilhas, para evitar quebras mecânicas do Niva.

A tabela a seguir mostra as características técnicas de algumas opções de motores AP comparadas aos motores originais do Niva.



7. Menor consumo de combustível. 

O menor consumo se dá provavelmente pelo motor AP ser tecnologicamente mais avançado e leve, pela ausência da ventilação forçada mecânica e a possibilidade de uso de injeção eletrônica de concepção mais moderna, tudo isso converge num consumo de combustível um pouco menor.

8. Carburação.

Para os casos de motores AP carburados, no mercado nacional existem excelentes carburadores de marcas e modelos consagrados os quais foram projetados ou se adaptam perfeitamente nos motores AP. 

9. Sistema de ignição mais moderno.

O uso da ignição eletrônica em substituição ao platinado que equipavam os Niva até 1993, por si só já é uma grande melhoria, item indiscutível;

10. Ventoinha com acionamento elétrico;

A ventilação forçada do sistema de arrefecimento original do Niva é composta por uma hélice acoplada diretamente a um ponto de giro do motor e mantem a vazão de ar proporcional a rotação do motor. Por consequência acaba usando um pouco da potência do motor para executar o trabalho de ventilar, “não existe almoço grátis”, inclusive influenciando ligeiramente no consumo de combustível. Mesmo sendo pouco, não deixa de ser uma perda.
No motor AP, a ventoinha tem acionamento elétrico e só irá funcionar quando necessário, ou seja, vai depender da temperatura da água de arrefecimento.

11. Permanência das funções Off-Road do Niva

A troca do motor não altera em nada as características Off-Road do Niva, que em meu entender são a identidade, a alma do jipinho Russo, são elas: tração 4x4 full-time, redução, bloqueio do diferencial central, suspensão com molas helicoidais independentes e altura do solo. Todas as características citadas continuam operando normalmente com a adaptação do motor AP, sem nenhuma limitação.

O KIT de adaptação 

Para aqueles que se decidirem pela adaptação do motor, considero indispensável comprar um KIT especialmente projetado para este fim, isso por si só vai facilitar em muito o trabalho e minimizar um pouco as dores de cabeça durante a adaptação.
Em meu Niva utilizo o kit da extinta empresa Erosão Off-Road, pioneira na fabricação desses Kit´s.  Na verdade, comprei meu Niva já com motor AP instalado, digo, mal instalado, o que me motivou a desmontar tudo e começar do zero. Na época a Erosão Off-Road já não existia mais, fato que dificultou um pouco as coisas para mim visto que só dispunha de um rudimentar manual que acompanhava o Kit. Posteriormente também contei com o auxílio por telefone de Rogerio Bacelar, figura muito conhecida na comunidade Niveira e que já comercializava seu kit de adaptação, na época modelo Performance, hoje BR2000 o qual, pelo tempo que se encontra no mercado com certeza agregou aperfeiçoamentos decorrentes da maturação do produto.
Voltando ao Kit Erosão e a título de curiosidade, segue abaixo o link da área de download do blog onde tem o manual que acompanhava o produto:


Vale mencionar que o Kit Erosão mesmo sendo uma das primeiras versões lançadas, vem funcionando em meu Niva até hoje (Janeiro/2018), sem problemas ou quebras de componentes do kit ou relacionados a ele. 
Na sequência descreverei sucintamente as funções das peças que compõem o Kit Erosão e alguns detalhes de instalação e ajustes. O objetivo é mostrar uma visão geral sobre o processo de adaptação do motor AP e assim ajudar de alguma maneira a quem possa se interessar. 

I M P O R T A N T E

Vale ressaltar que as explanações que se seguem são baseadas no Kit Erosão e, portanto, para quem está comprando um Kit “moderno” muito provavelmente vai encontrar algumas diferenças em peças e procedimentos, porém o conceito é o mesmo. Obviamente é imprescindível contar com o suporte do fabricante durante a compra ou instalação do produto.

Componentes do Kit de Adaptação Erosão 

Suporte do lado direito do motor

Este suporte é aparafusado no lado direto do chassi do carro (passageiro) e a ele é fixo o coxim original do Niva que sustenta o motor AP.



Suportes do lado esquerdo do motor

Da mesma forma este suporte é aparafusado no lado esquerdo do chassi (motorista) e a ele é fixo o coxim original do Niva que também sustenta o motor AP.
As três peças abaixo são presas no bloco do motor AP e no diferencial dianteiro e destinam-se a posicionar corretamente o ponto de fixação do motor ao suporte. Para o correto encaixe das peças é necessário desbastar o corpo diferencial dianteiro, alem de cortar um dos dois prisioneiros de fixação dos suportes,  procedimento que será mostrado em fotos no decorrer do post.









Suporte frontal do motor 

Composto por três peças, sendo: Peça 1, presa na longarina frontal do carro. Peça 2, aparafusada a peça 01. Peça 3, fixa ao bloco do motor, observem que existe um coxim de borracha o qual fica inserido na cavidade cilíndrica da peça 2. Com este suporte é possível ajustar a posição vertical do motor e conter a movimentação do motor nas acelerações.




Coxim da caixa de cambio

Na verdade, somente a carcaça do coxim foi fornecida pelo Kit, a qual tem a dimensão ligeiramente diferente da peça original para permitir o alinhamento do conjunto motor AP/câmbio com a caixa de transferência do Niva. A borracha do coxim foi reaproveitada da peça original. Para garantir a fixação do coxim de borracha a carcaça metálica, o interior da carcaça foi recartilhado e o coxim de borracha colado por um adesivo eliminador de folgas da Loctite de torque alto.
Já a travessa é a peça original. O único ajuste realizado foi desbastar ligeiramente a região apontada pela seta "preta", visando eliminar as possibilidades de interferência do cardam dianteiro com o suporte.








Caixa seca

Peça estampada e fundida que substituí a caixa seca original do Niva. Nos kits atuais essa caixa não é mais fornecida e em seu lugar é usado um flange instalado entre a caixa seca original e o motor AP. Com certeza a eliminação da caixa seca em lugar do flange visou principalmente baratear o KIT, mas sem duvidas também deixa o processo um pouco mais fácil, dispensando algumas etapas abaixo citadas.


Portanto, para os KIT´s que tem caixa seca, antes da instalação da mesma é fundamental trocar o retentor do eixo piloto que fica instalado na carcaça da caixa. Não vale a pena tentar reaproveitar o retentor oriundo da caixa original, muito provavelmente ele será danificado durante a retirada, sob risco de ocorrerem vazamentos de óleo no local. Alem, inspecionar o anel  mola, o anel O´ring e a capa do eixo piloto.




É oportuno também trocar o rolamento do garfo da embreagem e engraxar muito bem a capa do eixo piloto  por onde o rolamento desliza.


A junta da caixa seca necessariamente deve ser trocada. Para não ocorrerem vazamentos o segredo e deixar as superfícies  absolutamente limpas e umedecer a junta com óleo 90 no momento do aperto das porcas. Se a junta for nova e as superfícies estiverem limpas, não é necessário usar cola.





Carter do motor

Peça também estampada e fundida que substitui o cárter original do motor AP. É necessário para que o motor seja posicionado no cofre sem nenhuma interferência e permita o alinhado adequado. Como a geometria do cárter foi alterada é necessário acrescer 400 ml de óleo ao volume especificado para o motor AP, ou seja, 3,4 litros se não  trocar o filtro e 3,9 litros se trocar o filtro de óleo.








Pescador de óleo do motor AP

O pescador de óleo original do motor AP também é substituído por outro de dimensões ligeiramente diferente, devido a geometria do cárter novo ser diferente do original.


Serviço de adaptação

Embreagem

Uma etapa muito importante da adaptação é a nova configuração de embreagem que o carro necessariamente passará a ter. Os componentes da nova embreagem não fazem parte do KIT e devem ser compradas a parte. A configuração que atualmente uso em meu Niva consiste no disco do Tempra 8V e platô do Santana 2.0 e isso, conforme disse anteriormente, pode soar como uma terrível gambiarra para alguns ouvidos. Realmente, num primeiro momento parece bem estranho esta salada de marcas, mas se você pegar as peças nas mãos e analisar, vai constatar que os diâmetros da área de atrito entre elas são absolutamente compatíveis, percebera também que estriado do disco se encaixa perfeitamente na ranhura da ponta do eixo piloto do cambio original do Niva e que o colar de embreagem do Niva também casa-se perfeitamente com Platô VW,  o que nos leva a concluir que não se trata de uma simples gambiarra, inclusive, como a área de contato entre as peças é maior se comparada com a embreagem original do Niva a tendência é o novo conjunto ter durabilidade maior. Por exemplo, meu Niva está com essa configuração desde 2010, rodando diariamente na cidade, eventualmente em trilhas leves e em viagens curtas e com certa frequência rebocando, colocando e retirando meu barco da água. Nesse período, são mais de sete anos de uso, nunca tive nenhum problema com a embreagem. Na dúvida, para você ficar mais confortável, consulte outros Niveiros que usam em seus Nivas essa configuração de embreagem.
As  primeiras adaptações de AP´s usavam  o disco original do Niva e Platô do Santana 2.0, mas o diâmetro das peças não é compatível o que torna essa escolha pior se comparada com a opção de usar o disco do Tempra, vejam nas fotos. 

Configuração adequada


Configuração não adequada

I M P O R T A N T E

Para saber mais detalhes da adaptação da embreagem, clique AQUI.


Ajuste do eixo piloto do cambio

O eixo piloto da caixa de câmbio do Niva deve ser cortado com uma retifica de maneira que a ponta fique com 21 a 22 mm, isso visando adequar a dimensão do eixo para receber a nova embreagem. 






Desbaste do corpo do diferencial dianteiro

É necessário desbastar o corpo do diferencial dianteiro entre os dois parafusos de fixação de maneira a fixar adequadamente o suporte que prende o diferencia ao motor. Este trabalho é feito com uma esmerilhadeira e é bastante crítico. O desbaste deve ser cuidadoso e gradual visando não retirar material em excesso da carcaça. Um dos prisioneiros do diferencial também deve ser cortado de maneira a ficar com 18mm, como mostra uma das fotos a seguir.








Ajuste do braço auxiliar da direção (munhão).

Desbastar a base do braço auxiliar de direção (munhão) em quatro milímetros de maneira a afasta-lo da caixa seca do câmbio. O munhão deve ser instalado com a numeração na peça impressa em relevo voltada para baixo. 






Também optei em distanciar ligeiramente a barra central de terminais  em relação ao cárter do motor colocando mais uma arruela na parte inferior munhão da direção.





Rebater a lataria atrás do filtro de óleo.  

Como o filtro se destaca um pouco da corpo do motor AP e para que ele não toque na parede corta fogo do Niva é necessário rebater a lataria naquela região apenas o suficiente para o filtro deixar de tocar na lata e permitir o acesso para troca-lo, quando necessário.


Retirar o termostato do bloco do motor

É necessário retirar o termostato responsável pelo alarme de temperatura alta do bloco do motor, devido o mesmo também tocar na parede corta fogo, portanto, nesse caso, perde-se a funcionalidade do referido alarme. 
Obs. Existe a possibilidade de adaptar um termostato de contato em outra parte do bloco em substituição ao termostato original. Em meu Niva optei em desativar o termostato.



Adaptação de ventoinha elétrica para o radiador

Existem várias possibilidades de adaptação. O manual Erosão pedia a ventoinha elétrica do Santana. Eu optei pela ventoinha do Monza com ar condicionado, a qual demostrou excelente vazão de ar. Um detalhe fundamental é não deixar de usar o defletor para direcionar corretamente a vazão o ar para o radiador. O termostato deve ser instalado na parte baixa do radiador e acionar a ventoinha com 87 °C. Um fusível 10 Amperes deve proteger o circuito e obrigatoriamente ser instalado próximo a bateria de maneira a proteger não só a ventoinha, mas também todo o cabeamento do circuito. Se o radiador do Niva estiver em boas condições, ele pode ser reaproveitado, alias, não tenho do que reclamar do radiador Russo. As ligações hidráulicas da bomba de água são mostradas na sequencia.
Para maiores detalhes sobre adaptação da ventoinha elétrica no Niva, clique AQUI.





Uma importante melhoria no sistema de arrefecimento do Niva é adaptar o sistema selado, veja os detalhes clicando AQUI.


Chicote elétrico do alternador

O chicote elétrico do alternador com motorização original passa pelo lado direito do motor. Após a adaptação do AP, deve passar pelo lado esquerdo do motor.

Retirada das chapas de ajuste do suporte do cambio

Visando melhorar o alinhamento entre as caixas de câmbio e transferência, os calços de ajuste presentes originalmente sob o suporte do coxim do cambio devem ser retiradas, alem de desbastar a região do suporte próximo ao cardã dianteiro de forma a impedir que o mesmo toque no suporte quando a união angular em certas condições de trabalho.



Pedal e cabo do acelerador

O pedal do acelerador pode ser o do Escort 1.8 e a vareta do acelerador original deve ser substituída pelo cabo do acelerador do motor AP.  Uma chapa de alumínio de 50 x 50 mm com 2mm de espessura deve ser cortada para dar acabamento por onde o cabo do acelerado transpassa a parede corta fogo.


Alinhamento do motor

O alinhamento do conjunto motor/câmbio em relação a caixa de transferência é realizado através dos suportes dos coxins laterais e dianteiro do motor, além dos suportes do coxins da caixa de câmbio e transferência, ou seja, utilizar estes recursos para alinhar/nivelar muito bem o conjunto, diria que isso é fundamental para o sucesso da adaptação, principalmente para minimizar as vibrações.
Após os ajustes, o motor deve ficar distante aproximadamente 10 mm da parede corta fogo e toda possibilidade de interferência entre motor, lataria e outras partes do carro precisam ser eliminadas.

Para saber mais sobre o alinhamento entre as Caixas do Niva, clique AQUI


Considerações Finais

Por se tratar de uma adaptação de certa complexidade, o êxito da empreitada vai depender muito da escolha da oficina ou do mecânico, visto que o trabalho requer capricho na execução e paciência para os ajustes que certamente serão necessários. Como mencionei anteriormente esse tipo de serviço pode ir contra ao objetivo da maioria das oficinas mecânicas que obviamente preferem serviços padronizados e de giro rápido, portanto para evitar dessabores tome muito cuidado com quem você irá contratar. O ideal também seria o  proprietário do Niva estar o mais ciente possível de todo o processo a ponto de supervisionar de perto e com propriedade todo o trabalho. Outra sugestão é não apressar o serviço pela ansiedade de ver o AP roncando no Niva pela primeira vez, creio que vale  mais a pena ter paciência, estudar as coisas e intermediar as dúvidas junto ao fabricante do kit, ou seja, não deixar por conta ou confiar cegamente na competência e boa-fé do mecânico, logicamente isso não é regra, mas vale a reflexão. Resumindo, sem dúvidas o serviço é o principal ponto de atenção. 

Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.



Tópicos Relacionados:


Embreagem para Niva com Motor AP



Adaptação da Ventoinha Elétrica do Monza no Niva


Alinhamento das Caixas do Niva