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By Ferramentas Blog
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Dicas para comprar um Niva


Não tenha pressa, procure com calma e lembre-se, nem sempre preço baixo é sinônimo de bom negócio, principalmente se tratando de um Niva.

As aparências às vezes enganam. Existem Nivas mascarados atrás de acessórios e adesivos, porém em péssimas condições mecânicas e estruturais. Tenha em mente que acessórios são facilmente comprados e instalados, já um Niva com mecânica e estrutura muito ruins, dificilmente ficará confiável, mesmo gastando muito dinheiro.

É muito comum o uso do Niva em trilhas, inclusive as chamadas pesadas, que exigem bastante do conjunto mecânico e estrutural do carro. Uma característica do Niva é  seu chassi  monobloco, que por concepção torna o carro menos resistente se comparado a Jipes montados sobre um chassi rígido, porém a valentia do Niva em transpor obstáculos leva alguns proprietários a exceder certos limites do Jipinho, fadigando gradativamente alguns de seus componentes .

Não é regra, nem exceção, mas existem Jipes de trilhas, incluindo Nivas, que não tem a manutenção corretiva e preventiva que a atividade requer. Não é raro um Niva ser colocado à venda carregando com si uma herança de desgastes e descuidos que, mais cedo ou mais tarde, devem se manifestar em forma de defeitos. O ideal é que o novo proprietário esteja ciente deste fato e da quase certeza que investimentos em manutenção e ajustes na viatura serão necessários. Uma situação que pode ocorrer durante o processo de compra é o interesse por Nivas preparados para trilhas, os quais podem ter uma aparência bastante atrativa, com suspensão levantada, pneus grandes, motorzão, guincho, etc. Isso acaba encantando o pretendente que negligencia o outro lado da moeda. Mas, para não generalizar, existem ótimos Nivas preparados para trilhas com manutenção em dia e acessórios que os tornam uma boa opção de compra. Tudo é uma questão da correta avaliação e da finalidade do carro. Se a intenção é fazer trilhas, comprar um carro já preparado pode ser o ideal, provavelmente o mais econômico. Tenha em mente que trilhas pesadas são normalmente sinônimo de gastos com manutenção, faz parte da atividade, principalmente se o proprietário não dominar nada de mecânica e depender em tudo de oficinas mecânicas. 

Vamos supor, por outro lado, que o Niva a venda nunca tenha feito trilhas, ou seja, totalmente urbano, o típico carro de mulher. Teoricamente seria uma boa opção de compra, porém e mesmo assim, alguns aspectos devem ser considerados. Comecemos pela idade do carro. A grande maioria dos Nivas vendidos no Brasil datam de 1990 e 1991, daí para frente as vendas declinaram e raramente são encontrados Nivas posteriores a 1995, portanto, são carros já bem rodados e consequentemente com desgastes naturais devido ao tempo de uso. Some a isso a carência de mecânicos especializados no Brasil, peças de procedência e qualidade nem sempre confiáveis, possibilidade de adaptações grotescas, etc. Logicamente o cenário aqui desenhado seria um extremo, quase um exagero, mas a intenção é mostrar que as variáveis citadas são reais e devem ser ponderadas durante a avaliação do carro e assim evitar dissabores. 

Inclusive, falando em dissabores, não é raro relatos de ex-Niveiros frustrados com o carro, enfatizando arrependimento pela compra. Tenha em mente que o Niva não é igual a um carro de linha comum, por exemplo, um Gol. Muito provavelmente serão necessários alguns acertos e melhorias mecânicas, nada diferente se comparado com um jipe Willys, por exemplo. Mas, voltando as frustrações citadas é quase certeza que elas se deram devido a provável condição mecânica ruim do Niva  e principalmente porque o comprador não estava ciente dos fatos aqui relatados, dos riscos e das possíveis necessidades de ajustes mecânicos pós-compra, daí a frustração. 

A intenção do Blog não é obviamente desestimular ninguém, pelo contrário. O objetivo é dar ao futuro Niveiro alguns subsídios, mas principalmente o entendimento que se trata de um veículo que na maioria das vezes vai exigir um pouco de paciência e dedicação do novo dono, mas não se assuste. Se você não der a sorte de encontrar um em perfeito estado, saiba que é perfeitamente possível e viável deixa-lo em boas condições, portanto, comece pela correta avaliação. 

Niveiros fanáticos, aos quais me incluo, já passamos por alguns perrengues com o carro, algumas provas de paciência, mas contabilizando as frustrações e alegrias, o saldo normalmente é positivo. Para muitos, além de meio de locomoção e lazer esse carro torna-se um grande hobby, uma paixão, difícil de explicar racionalmente, os mais emocionais chegam a dizer que o Niva tem alma, tamanho o fanatismo pelo jipinho Russo.

Para maiores informações acesse sites, blogs e fóruns sobre o Niva e procure outras opiniões para entender as virtudes e deficiências do carro. 










Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.



Nivas Originais

É possível e viável tê-los? 

Diria, com certeza sim. Não são raros os proprietários que prezam pela originalidade do carro e conseguem êxito devido a melhora na oferta e confiabilidade das peças disponíveis atualmente no mercado, principalmente pela possibilidade da importação direta via Internet. Algumas empresas nacionais, até mesmo pessoas físicas se utilizam deste recurso para revender as peças no Brasil, portanto, para aqueles que buscam originalidade saibam que é sim perfeitamente possível, inclusive a maioria das peças tem preços razoáveis e até compatíveis com algumas opções nacionais. Para aqueles que vivem nos grandes centros, próximo a fornecedores de peças e principalmente de mecânicos especializados no Niva, creio que seja mais fácil e até o certo manter o carro o mais original possível, sem contar no "grande barato" que deve ser manter o Nivinha igual ao projeto made in CCCP.

Nivas não Originais

Adaptações são muito comuns em Nivas e em alguns aspectos, dependendo da peça adaptada e da qualidade do serviço executado, até melhoram o carro. Existem algumas peças nacionais que são compatíveis com o Niva, as chamadas "Plug in Play" e outras que para adapta-las necessitam de ajustes, desde pequenos até grandes trabalhos de adaptação.

Existem no mercado diversos produtos dedicados a nacionalizar e até otimizar determinados componentes do Niva, os quais serão aqui oportunamente abordados, com destaque aos produtos fabricados pelo camarada Geniva, figura icônica na comunidade Niveira, não só pelas soluções de sucesso que desenvolve, mas também pelo carisma e atenção que despende às pessoas que o procuram, demonstrando grande paixão pelo que faz. 


Oficina do Camarada Geniva


Acesse o Blog do Geniva, clicando AQUI. 

Outra pessoa que desenvolve soluções para o Niva é Rogerio Bacelar, muito conhecido, conceituado e precursor na elaboração de vários Kit´s de adaptação, inclusive um dos produtos mais famosos desenvolvido por ele é o Kit de adaptação do motor AP para o Niva, que eu uso em meu Niva já a muitos anos e aprovo, além, como disse, de vários outros produtos desenvolvidos com muita tecnicidade e capricho para nosso querido jipinho Russo.

Acesse o Blog do Rogerio, clicando AQUI.


Particularmente optei pelas adaptações devido ter comprado meu Niva já com o motor AP instalado, o que de alguma forma acabou me incentivando a fazer outras adaptações, mas, limito-me naquelas que não comprometam as características Off-Road do carro, como a tração 4x4 full time, redução, bloqueio, além da suspensão independente com molas helicoidais, ou seja, somados são a alma do Jipe Russo. 

Concluindo, original ou não, o importante é ter um Lada Niva na garagem. 

Seguem outras dicas e testes para auxiliar na avaliação.

Vibrações na Caixa de Redução

É normal existir um pouco de vibrações da caixa de redução (T-Case) do Niva, visíveis muitas vezes  nas alavancas da caixa, inclusive dificilmente você encontrará um Niva totalmente  livre de vibrações, portanto, fique atento a excessos. Avalie a condição em baixas e em “altas” velocidades, normalmente as vibrações se acentuam numa faixa bem definida. Faça o teste também arrancando com o carro em subidas e observe se a caixa de reduzida não trepida muito. Lembrem-se, é comum existir um pouco de vibração, porém, nada muito acentuado. Convém também fazer outro teste com o carro parado. Posicione a alavanca de reduzida em neutro, engrene o carro até a quarta marcha e verifique se ocorrem vibrações em altas rotações.

Abaixo algumas postagens do blog relacionadas as vibrações na T-Case do Niva:

Caixa de Marchas

Dirija o Niva em uma rua plana, acelere e tire o pé abruptamente. A alavanca de marchas não deve pular sozinha para ponto morto. Faça isso em todas as marchas, observando também se as marchas não raspam excessivamente quando engatadas.

Com o carro desligado, deixe a alavanca de reduzida em neutro e verifique se todas as marchas engatam e desengatam satisfatoriamente, mesmo sem pisar na embreagem, exceto a marcha ré.

Caixa de Redução

Teste o funcionamento da redução dirigindo o carro em primeira marcha reduzida e, logo após, conduza o carro com a reduzida desacionada, você deve perceber claramente a diferença, ou seja, com a reduzida acionada o carro ganha força e perde velocidade final evidenciando o correto funcionamento do sistema. Dirija com a reduzida acionada e engrene todas as marchas e observe ruídos anormais durante o percurso.

Bloqueio do Diferencial Central

O bloqueio do diferencial central é útil para situações Off-Road de muito baixa aderência. O recurso faz com que a potência do motor seja distribuída para as quatro rodas de maneira igual, auxiliando o carro a vencer o trecho com baixa aderência. 

É comum certa dificuldade para engrenar e desengrenar a alavanca de bloqueio. Uma vez engatado a luz amarela do bloqueio deve acender. Dirija em linha reta, isso é importante para evitar danos ao sistema e observe a existência de barulhos ou estalos na aceleração e desaceleração do carro. Não esqueça de desbloquear o carro após o teste. 

Outro teste. Com o carro desbloqueado, luz amarela apagada, levante uma das rodas do Niva usando um macaco hidráulico com rodinhas e tente sair lentamente com o carro. Note que a potência é direcionada apenas para a roda levantada, o que faz o carro não se movimentar. Agora, ainda com uma roda levantada, acione o bloqueio do Niva e tente com muito cuidado sair com o carro. Note que Niva tende a se movimentar, evidenciando que o bloqueio está funcionando adequadamente. 

É muito importante que o bloqueio somente seja usado em situações de muito baixa aderência ou num terreno muito irregular que deixe uma das rodas suspensa, por exemplo. Outro detalhe é conduzir o carro sempre a baixa velocidade e em linha reta, quando bloqueado. Uma vez transposto o terreno com baixa aderência, jamais esqueça de desbloquear o carro, sob risco de danos mecânicos.

O vídeo a seguir mostra o teste com o macaco hidráulico, acima relatado.



Estrutura e Funilaria

Verifique primeiramente o estado geral do carro quanto a batidas fortes e pontos de ferrugem aparentes. Atenção também para os seguintes pontos: 

Assoalho próximo à caixa de reduzida e câmbio. Trincas acentuadas ou sinais de solda nessas regiões podem indicar que o carro foi solicitado além dos limites ou é consequência de vibrações acentuadas, principalmente nos pontos sinalizados nas fotos 1 e 2.


Foto 1 

Foto 2 

Um agente químico que merece atenção especial é o fluido da embreagem e de freio, o qual é extremamente corrosivo e ataca a lataria do carro quando ocorrem vazamentos. Verifique o estado da lataria nas proximidades dos cilindros. Ambos ficam localizados na parede corta fogo, próximo ao motor, veja na foto 3. Verifique também por dentro do carro, se possíveis vazamentos de fluido não corroeram a lataria naquela região.

Foto 3 - Cilindros Hidráulicos da Embreagem e Freio
 
Inspecione o alojamento da bateria, também costuma apodrecer pela ação da solução ácida da bateria.

Verificar o estado geral das borrachas dos para-brisas e portas e se há ferrugem próxima a elas. Verifique também a existência de ferrugem ou massa plástica por baixo da porta.

Inspecione com atenção a região onde o cano de escape passa próximo ao assoalho, diria que é um local muito susceptível a ferrugem, foto 4. O calor e a umidade propiciam o aparecimento de muita ferrugem e o consequente o comprometimento do assoalho nessa região.

Foto 4

Uma das partes estruturais mais importantes do Niva são as longarinas, fotos 5 e 6. Verifique cuidadosamente a condição delas, não devem estar excessivamente tortas, amassadas e originalmente são da mesma cor do carro. Desconfie de Nivas pretos por baixo, talvez estejam bem podres ou passaram por grande reforma. Se a reforma foi bem executada, menos mal. Um sintoma comum de reforma malfeita é o desalinhamento das caixas devido ao erro de posicionamento dos prisioneiros de fixação das caixas, fotos 1 e 2. Isso normalmente pode intensificar as vibrações no carro.

Foto 5 

Foto 6 


Sistema de Direção

Durante a avaliação, para não estranhar e achar que existe um problema com o sistema de direção do Niva é recomendado fazer o teste com o carro em movimento, o que minimiza a sensação de volante pesado.

O setor ou caixa de direção original é em minha opinião subdimensionada para o Niva, principalmente porque o carro pode ser exposto a situações Off-Road que sobrecarregam este componente. Não é raro encontrarmos Nivas com o volante pesado e com folga excessiva devido ao desgaste prematuro desta peça. Outro detalhe que antecipa problemas na caixa de direção é usar pneus muito largos e pesados, os quais forçam não apenas o caixa como também outros componentes relacionados ao sistema de direção, transmissão e suspensão do carro.

Verifique a integridade do local onde a caixa de direção é fixada a estrutura do carro, são três parafusos de fixação, foto 7. Movimente a coluna de direção para cima e para baixo, ele não deve parecer solto.

Foto 7


Quando a caixa original está em boas condições e os pneus não são exageradamente grandes e largos, o volante não deve ser muito pesado nem ter excesso de folga, mas, pela concepção da caixa, ela nunca será motivo de elogios. Meu Niva, por exemplo, usa até hoje a caixa original e somente em 2018, ou seja, 27 anos de uso, enfim  resolvi submete-la a uma revisão completa, perceba que é possível conviver com as limitações da direção original do Niva. 

Saiba como reformar a caixa de direção original do Niva
CLIQUE AQUI

Para aqueles que pretenderem melhorar ou aliviar a direção original, existem algumas soluções alternativas, conforme segue.

Alguns Nivas são equipados com caixas de direção conhecidas como Francesas ou Gemmer, a qual é rolamentada e tem uma relação de engrenagens que deixa o sistema bem mais aliviado. É sonho de consumo para nos Niveiros, porém a grande maioria dos Nivas a venda tem o sistema com setor simples, citados anteriormente. Uma caixa francesa em boas condições, portanto usada, pode custar mais que o dobro de uma caixa simples original e nova. 

É comum Nivas com direção da linha Volkswagen adaptadas atreves de Kit´s dedicados. O modelo mais utilizado é a direção Mecânica ou hidráulica do VW Santana. Neste caso, observe com atenção o Kit utilizado e a qualidade do serviço executado devido obviamente ao impacto que esse tipo de adaptação pode ter na segurança do veículo. 
Os Kits´s mais famosos do mercado são fabricados pelo Geniva e por Rogério Bacelar, a foto 8 mostra o Kit Geniva e a 8.1 o Kit do Rogerio Bacelar.

Foto 8 - Kit Caixa VW by Geniva

Foto 8.1 - Kit Caixa VW by Rogerio Bacelar

Outra opção é adaptar a caixa mecânica do Opala no Niva. Esta opção foi desenvolvida por Rogerio Bacelar e trata-se segundo ele de um produto Plug in Play, inclusive, em parceria com o Blog em breve vou instalar essa caixa em meu Niva e fazer um Post dando todos os detalhes dessa adaptação, aguardem!!!

Figura 8.2 - Caixa GM by Rogerio Bacelar


Uma terceira opção, não tão comum, mas possível de se encontrar nos Nivas é a adaptação da caixa de direção do Maverick. Essa adaptação alivia bastante a direção do Niva, mas em contrapartida, por ser um sistema mecânico muito desmultiplicado, demanda mais voltas no volante para a mesma resposta nas rodas, o que pode ser perigoso em algumas situações. 

Também é possível, através de um Kit desenvolvido pelo Geniva, nacionalizar os terminais de direção do Niva por modelos da linha Fiat e GM, o que torna esses componentes de procedência nacional e atrás de marcas conceituadas no mercado brasileiro. Em breve pretendo, em parceria com o Geniva, instalar este Kit em meu Niva e logico, postar aqui no Blog todos os detalhes do produto.

Foto 8.3 - Kit Terminais de Direção by Geniva


Sistema de Embreagem 

A embreagem do Niva não é dura nem pesada, pois seu funcionamento é hidráulico, porém se comparada a um carro de passeio com embreagem também hidráulica tende ser um pouco mais pesada, mas nada que chame muito a atenção. Observe se não existe vazamento de fluido nos cilindros mestre (superior) e inferior, conforme fotos 03 e 09.

Foto 09 

Para avaliar a condição do Disco e Platô da embreagem, freie o carro através do freio de mão, engrene primeira marcha e tente sair. Observe que o sistema não deve patinar, ou seja, se o Disco e Platô estiverem em boas condições o carro deve conseguir vencer a força de frenagem. Numa subida bem íngreme procure embrear e sair com carro algumas vezes, verificando se o sistema não tende a patinar, vibrar ou fazer barulhos anormais. Num carro de passeio comum, quando conseguimos cantar os pneus entre as trocas de marcha é sintoma que a força do motor está sendo imediatamente transferida para o câmbio e consequentemente para as rodas, por outro lado se ocorrer um atraso, perceptível até no ruído do motor, pode ser indicio de desgaste do Disco e Platô, causando um patinamento. No Niva podemos tentar fazer algo similar, difícil será cantar os pneus dele, 😄😄😄. De qualquer maneira, dá para ter uma ideia se a transferência de força está ocorrendo satisfatoriamente. 

Observe se a altura do pedal não está nos extremos, o ideal é nem muito alta nem muito baixa. Talvez possa ser apenas um simples ajuste de curso, mas também pode indicar um sintoma de mal funcionamento da embreagem. 

É comum nos Nivas a adaptação do sistema de acionamento de embreagem puramente mecânico em substituição do original hidráulico e, dependendo do kit usado e da qualidade do serviço de instalação, esta adaptação pode ser considerada uma melhoria importante no carro. A foto 10, mostra o Kit de acionamento mecânico by Geniva.

Foto 10 - Kit de embreagem mecânica by Geniva

Outra adaptação possível, porem não muito comum, é manter o sistema hidráulico e usar o cilindro mestre do caminhãozinho VW e Cilindro inferior do Toyota Bandeirantes, ambos da marca Varga, inclusive, foi esta a configuração que adotei em meu Niva e esta funcionando muito bem.

Saiba como adaptar os cilindros de embreagem  Varga  

Freios

Mesmo utilizando acionamento hidráulico, servo freio a vácuo e discos nas rodas dianteiras, o sistema de frenagem original do Niva não é considerado um primor de desempenho, porém nada que comprometa a segurança do veículo. Meu Niva 1991, por exemplo, utilizou o sistema original made in Rússia até novembro de 2018, onde enfim resolvi melhorar os freios e adaptar o cilindro mestre do Uno e o servo freio do Corsa usando o Kit desenvolvido pelo camarada Geniva.

Saiba como adaptar cilindros de freio nacionais

Voltando a avaliação dos freios, originais ou não, verifique se durante a frenagem o carro não tende a puxar para os lados, indicando que a pressão de frenagem está desigual entre as rodas. O pedal de freio deve responder rapidamente ao comando e a força aplicada não pode ser excessiva, nada diferente do que qualquer outro veículo.

Com o carro desligado bombe o pedal algumas vezes até o mesmo ficar duro e mantenha-o apertado. Em seguida ligue o carro e perceba que assim que o vácuo do motor inundar o servo freio o pedal deve baixar um pouco naturalmente, indicando o correto funcionamento do sevo freio.


Sistema de Arrefecimento

O sistema original de arrefecimento do Niva é uma tecnologia ultrapassada, semelhante ao usado nos jipes Willys, por exemplo, com a tendência de apresentar muitos problemas. Este sistema depende muito do correto funcionamento da tampa do radiador, que cumpre as funções de válvula de alivio e admissão de água  para e do tanque de expansão.

Outra desconfiança quanto a performance do  sistema de arrefecimento original é que o Niva foi concebido inicialmente para rodar em países  com baixas temperaturas, portanto, quando o carro foi introduzido no mercado brasileiro, ele deveria ter passado por uma reengenharia visando topicalizar algumas partes do carro, o que eu tenho duvidas se isso ocorreu de maneira adequada, não sei afirmar e mencionei este fato apenas por suposição e curiosidade.

Devido a deficiência citada o fato concreto é que é muito comum a adaptação do sistema selado de arrefecimento, que basicamente é uma cópia do que é usado nos carros atuais. Um detalhe importante, trata-se de uma melhoria de baixo custo para implementação.

Se o arrefecimento do Niva, original ou não,  estiver funcionando bem, a temperatura no indicador do painel deve se estabilizar em torno de 80 a 92C, vai depender do regime de trabalho que o carro esta sendo submetido.

O sistema original usa uma ventoinha mecânica ligada a um ponto de rotação do motor. É bastante comum ver Nivas com uma ou duas ventoinhas elétricas auxiliares adaptadas no radiador. Por um lado, desconfie, talvez o carro tenha algum problema de arrefecimento, daí a tentativa de melhorar com o uso das ventoinhas. Por outro lado, a ventoinha elétrica não tem contraindicações e pode ser útil em situações de baixa rotação do motor. 

Um detalhe fundamental para o bom funcionamento do motor é a correta temperatura que ele deve trabalhar. Engana-se quem pensa que quanto mais frio melhor será, inclusive, partindo dessa teoria, muitos retiram a válvula termostática do carro, o que anula o controle de temperatura da água e consequentemente do motor, acarretando aumento do consumo de combustível, piorando o desempenho do carro e acelerando o desgaste do motor, portanto é altamente recomendado o uso da válvula termostática. Se o motor está superaquecendo, a causa pode ser as mais diversas. Retirar a válvula não elimina o problema, apenas o máscara.

Saiba adaptar o arrefecimento selado no Niva 
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Pneus e Suspensão

Originalmente os pneus do Niva eram o modelo Diagonal 6.95 da Magion, o qual foi descontinuado no Brasil já a muitos anos. A opção disponível com o mesmo tamanho é o excelente Geolandar A-T/S, medida 175/80R16, fabricado pela Yokohama. Acontece que este modelo tem custo elevado e é difícil de se encontrar no mercado, o que leva muitos Niveiros a optarem por medidas incompatíveis, de diâmetro e largura bem maiores que as originais, fato que normalmente acarreta na interferência dos pneus com a lataria do carro, principalmente em situações Off-Road onde o curso da suspensão é mais exigido, por exemplo.

Conheça algumas medidas de pneus para o Niva
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Para minimizar a interferência citada é possível calçar a suspensão do Niva de forma a levanta-la e assim diminuir as chances dos pneus tocarem a lataria. Esta pratica é bastante comum, mas particularmente acredito que exagerar na altura dos calços pode comprometer a vida útil das homocinéticas do Niva. Um limite seguro seria por volta de 2 cm, mas a maioria dos Niveiros divergem e chegam a levantar o carro em 5cm ou mais. Outra pratica para evitar as interferências é rebater, recortar ou mesmo reconstruir os para-lamas do carro, solução que deveria ser feita por um funileiro talentoso, para não descaracterizar muito a aparência do carro. Em relação as opções de pneus disponíveis no mercado brasileiro, uma excelente medida é a 215/65/16, que tem a mesma altura do original, porém é 4cm mais largo. Se o uso for urbano o tamanho citado fica perfeito, não toca na lataria, dispensando quaisquer alterações na suspensão ou nos para-lamas.

Motor e agregados

Na hora de avaliar a saúde do motor e da carburação o ideal é consultar um mecânico de sua confiança. O motor original do Niva é muito bom, extremamente resistente, porém os componentes agregados ao motor como, carburador, distribuídos, platinado, rotor, alternador, motor de arranque, etc, devem ser motivo de especial atenção, principalmente a carburação e distribuição. Observe com atenção as possíveis adaptações e procure pesquisar na Internet se existe histórico positivo, ou seja, se a adaptação é tradicional e funciona adequadamente em outros Nivas.

Quanto ao consumo de combustível, um Niva com motorização original a gasolina deve fazer no mínimo 5km/l na cidade. Tudo depende da condição do motor, da carburação e da medida dos pneus. Meu Niva com motor Volkswagen AP 1.8 fez 9km/l, aferidos na cidade, sem transito intenso, na época com pneus originais 6,95, carburador Webber LTDZ limpo e bem regulado e ponto do distribuidor regulado em aproximadamente 12 graus.

E por falar em motor AP, essa é uma das adaptações mais comuns nos Nivas e também polêmica. O Volkswagen AP é sem dúvidas o motor mais utilizado, inclusive existi no mercado um kit dedicado a essa adaptação, porém alguns Niveiros, principalmente os mais puristas, torcem o nariz e preferem a motorização original Russa. As alegações são, por exemplo, a descaracterização do carro, o custo elevado devido à complexidade do serviço, a confiabilidade do novo conjunto motor / embreagem. etc. Realmente o custo fica um pouco alto devido a necessidade da aquisição do motor completo, da embreagem nova, do kit de adaptação e obviamente da mão de obra de instalação e ajustes. Em relação a confiabilidade, o que posso dizer é que tenho essa motorização instalada em meu Niva  funcionando a anos e estou satisfeito com os resultados. Na verdade, se for usado o kit de adaptação certo, a embreagem adequada e muito importante, se o serviço de adaptação foi bem executado, o resultado fica muito bom. O motor AP também é extremamente resistente, a manutenção é simples e barata e as peças agregadas ao motor são em meu entender mais confiáveis e logicamente muito fáceis de se encontrar em quaisquer autopeças.

Dentre os modelos de motor AP, os mais indicados seriam os 1.8 e 2.0, jamais opte pelo 1.6. Por exemplo, um motor AP 2.0 injetado a álcool diria que fornecerá ao carro potência de sobra e dosar o pé no acelerador talvez seja necessário para evitar quebras na transmissão, principalmente em situações de trilhas. Uma configuração interessante seria 1.8 injetado Flex. Quanto ao kit de adaptação do motor AP, o modelo mais vendido e, portanto, testado e aperfeiçoado é o BR2000, fabricado e comercializado por Rogério Bacelar. A foto 11 abaixo mostra os componentes do kit BR2000.

Foto 11 
 
Seguem alguns pontos de atenção em relação a Nivas com motor AP. 

  • Verifique a proximidade do motor com a parede corta fogo. O motor fica bem próximo a parede mais não pode tocá-la. A parede corta fogo não deve estar recortada ou amassada para acondicionar o motor AP; 
  • O sistema de embreagem deve preferencialmente ter a seguinte configuração: Disco do Tempra 8V da marca Sachs ou Luk e Platô do Santana 2.0 necessariamente da marca Sachs; 
  • Observe se existem interferências da carcaça do motor ou do cambio com a lataria do carro; 
  • Observe se o munhão da direção não está tocando na caixa seca do cambio; 
  • Observe a presença do suporte frontal do motor, ele é importante para alinhar o motor verticalmente; 
  • O sistema de arrefecimento deve estar funcionando adequadamente. Com a válvula termostática em operação normal a temperatura deve ficar em torno de 90C; 
  • O indicador de temperatura do painel foi projetado para funcionar com o sensor de temperatura original do Niva. Se o indicador estiver ligado a um sensor pertencente ao motor AP, ocorrerá um erro de indicação de aproximadamente -22C; 
  • O termostato deve ser instalado na parte inferior do radiador, ligando ventoinha elétrica em torno de 92C; 
  • Confirme a configuração do Disco e Platô de embreagem. O mais comum é o Disco do Tempra e Platô do Santana. Clique AQUI  para saber todos os detalhes;
  • Os chicotes elétricos devem estar bem estruturados, sem fios soltos, emendados ou decapados. 

Saiba sobre a adaptação do motor AP no Niva




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Opiniões sobre o Niva


Se você chegou até aqui, supostamente tem interesse em comprar um Lada Niva. Sugiro que após a leitura dos relatos a seguir, também acesse o importante tópico:  


R E L Á T O  1
Nome: Thais Lada Rover 
Cidade : Volta Redonda/RJ

Alguns Fatos e Mitos:


1 - O Niva é um carrinho acima de tudo ÚTIL! Ele vai levar você a lugares que outros carros não levariam, ou levariam gerando enorme prejuízo financeiro. O Niva apesar de ter alguns problemas crônicos (na lista dos Camaradas do Niva você vai aprender sobre eles), o Niva consegue ir a lugares realmente Off-Road. Fiz um passeio com os Camaradas recentemente e o Lada Rover me surpreendeu! Subiu em lugares inacreditáveis. Mas você precisa saber se é essa a sua intenção... Se você gosta de natureza, passeios ao ar livre em locais de difícil acesso (cachoeiras, montanhas e serras, e afins) o Niva é o carro pra você. Mas se você pretende usar somente na cidade, não se justifica. Compre um Ford Ka que atende perfeitamente.


2 - O Niva tem um alto consumo de combustível. Comparado com os carros de passeio, o Niva vai consumir muito mais. Pense seriamente em GNV ou outras alternativas (nas listas você tem como aprender sobre todas, AP, Álcool, etc.). A não ser que o fator $$$ não seja complicado pra você. Vale a reflexão.


3 - Se você quer um Off-Road, mas vai ser o seu único carro, o Niva é a melhor opção também. A não ser que você tenha a possibilidade de comprar uma Land Rover ou Toyota Band (sou louca nesses dois carros). Mas pelo custo x beneficio, foi a melhor escolha pra mim. Pelo preço que eu poderia pagar, um Willys/CJ não me atenderia (capota de lona, muito duro, pouca tecnologia), um Suzuki parece ser uma boa opção também, mas é bem mais caro. No geral, o Niva é um bom mix de carro de passeio (pra uso diário) com Off-Road. Não é um carro pro Paris-Dakar, mas não faz feio em passeios/trilhas leves, melhor que os SUVs (o pessoal aqui detesta isso). E no dia-a-dia dá pra rodar legal com ele (eu uso todo dia pra levar criança pra escola, pra sair, etc...)


4 - Existe um mito de que peças de reposição são complicadas. É besteira. Tudo que eu precisei até agora eu consegui. Você tem umas 4 ou 5 lojas especializadas em Niva no Rio e São Paulo que tem de tudo. Basta comprar e (no meu caso no interior) esperar chegar em 1 dia ou 2 pelos correios. E olha que eu reformei o meu Lada Rover todo!!! O preços também não são tão complicados. Tínhamos um Renault Megane que pra algumas peças tinha que vir da França, e eram muito "salgadas"... o Niva vai ter uma manutenção compatível com os carros nacionais. Fora as possíveis adaptações com peças de outros carros (fiat 147, Passat, Gol, Fiorino, etc.).


5 - Especificamente pra mulher o Niva tem a facilidade no transito por ser um carro alto (o meu então está mais alto que o normal). Acabam-se aquelas famosas "fechadas" que os motoristas dão de maldade por ver que é mulher ao volante. O Niva impõe respeito (com quebra-mato de aço na frente e engate então...). Ninguém faz mais a besteira de empurrar o meu carro com para-choque em estacionamento. Sem falar no espanto que é parar o carro e descer um mulher. Todo mundo estranha no dia-a-dia o meu marido ir pro carona e eu pro volante.


6 - Pontos negativos: - Se você esta acostumada com direção hidráulica vai sofrer um pouquinho até acostumar com o Niva. Pense no ato de manobrar como uma ginastica de alto impacto. Mas isso pode ser resolvido com a colocação de uma Caixa de Direção de Maverick. No meu eu vou colocar urgente (principalmente porque coloquei um volante esportivo menor, e isso aumenta a força que eu tenho que fazer pra manobrar...). O lado bom é que o meu marido não dirige o meu carro (ele odeia, hahaha... o dele tem direção hidráulica). - Não é um carro pra se correr muito . Se você gosta de velocidade esqueça o Niva. No meu eu já andei a 110 Km/h e me pareceu bem inseguro. Não recomendo. A 90 Km/h a sensação de velocidade dele já fica legal. Sem falar que é um carro com 10 anos de uso (a maioria em off-road). Então não dá pra arriscar. A tremedeira/barulho dele fica muito forte. - A maioria não vem com ar-condicionado. Existem instalações possíveis, mas até agora eu ainda estou apelando pro quebra-vento. Tá certo que quem vai pro meio do mato de jipe é pra respirar o ar puro das montanhas, mas no dia-a-dia, no meio de engarrafamento, faz muita falta. Todo dia minha filhinha reclama do calor dentro do Niva. Dicas para compra: - Não tenha pressa. Eu pesquisei muito, viajei a outras cidades pra ver Nivas, até encontrar um em bom estado geral. Não espere nada comparado a carros de passeio quanto a conservação. Niva sempre tem algo por fazer. Mas não tenha pressa. Me ofereceram de tudo (até verdadeiras "propostas indecentes" como carros quebrando por preços absurdos) - Esqueça a opinião de quem não teve Niva. Quem só anda de 4x2, é "urbanoide" e não gosta de natureza vai sempre te chamar de "maluca" por querer Niva (alguns familiares meus fazem questão de uma vez por semana dizer: "Vende logo isso!"). Outra opinião que não vale é de jipeiros em geral. Não sei porque mas eles odeiam Niva. O cara tem um Willys que parece um tanque de guerra, sobe até na parede, mas so serve pra isso (muito desconfortável), no dia-a-dia ele anda de Honda Civic automático, cheio de conforto. Mas insiste em falar mal do Nivinha. A maioria te indica um Willys/CJ e esquece de qual uso você vai fazer do carrinho. - Comprar de quem entende (Camaradas de preferencia). A turma cuida melhor, e se adapta algo, adapta melhor. 

7 - Você vai acabar aprendendo sobre mecânica. Tem homem que tem preconceito que mulher não entende de carro, pois eu lhe digo: com o Niva você vai acabar aprendendo muito. Eu estou até querendo fazer o curso de Mecânica de Motores do SESI/RJ. Por não ter muita eletrônica, o Niva é mais fácil de se aprender. E é off-road, tem mais peças e detalhes que um carro comum, então quem entende de Niva, tira de letra os carros comuns. Enfim, o Niva realmente não é um carro pra qualquer um. Ter Niva significa um determinado perfil de pessoa. É um carro que tem uma certa personalidade. Tem dono certo. Outra coisa é que ele tem uma "aura" especial. A coisa da comunidade. Isso aqui é meio "religião". O Niva te dá gasto, toma seu tempo e parte da sua vida, mas você não quer outra coisa. O clima de família (seja por e-mail, seja nos encontros) é muito legal. É um carro que traz junto com ele um grupo social. É oportunidade de conhecer gente legal, com interesses comuns, que curte natureza, viagens, e muito alto astral! Já falei com o meu marido que mesmo que ele ganhe na Mega Sena, eu vou comprar uma Land, mas não vou vender o meu Nivinha nunca. Vou reforma-lo enquanto for possível. Se vale a pena ou não é questão de gosto. No mais, os Camaradas vão poder lhe esclarecer qualquer dúvida técnica que venha a surgir. Se realmente você já cogitou a compra de um Niva, é sinal que você já foi contagiada pelo mosquito do Niva. Você já deve ter perfil de Niveira(o). Só não sabia disso! Seja bem vinda(o) ao grupo e que faça uma boa aquisição!

Um abraço


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R E L Á T O  2
Nome: Djalma

Cidade : Alfenas / Mg

O Niva é uma boa opção para quem deseja um veiculo 4x4 de baixo custo, confortável e valente para uso off-road. É importante citar que ele originalmente não foi projetado para suportar as severas condições das trilhas, principalmente as grandes erosões, mas, por sua valentia em transpor esses obstáculos ele é largamente usado para esse fim, portanto, quem desejar usa-lo em trilhas pesadas repetidamente,  saiba que gastos com manutenção corretiva e preventiva serão necessários e frequentes. O Niva é um carro fechado, com bom espaço interno, suspensão macia que propicia um bom conforto em viagem por estradas pavimentadas ou não, e principalmente nos passeios junto à natureza, as chamadas trilhas leves e médias, enfrentando numa boa os eventuais obstáculos naturais que surgirem pelo caminho, lançando mão de seus recursos nativos como a tração nas quatro rodas (full-time), redução, bloqueio do diferencial central, além da altura e suspensão adequadas, resumindo, não existe no mercado brasileiro outro Jipe com todos esses recursos pelo preço do Niva, que é reflexo do péssimo conceito que a marca Lada deixou no Brasil, pecando principalmente no pós-venda e assistência técnica dos carros. Acredito que Nivas em bom estado de conservação só tendem a se valorizar com o passar do tempo. Particularmente não sou um fã da marca e sim do modelo, o qual possui uma legião de admiradores espalhados por todo o mundo, quem duvidar basta fazer uma busca pela Internet para comprovar.

Para quem deseja comprar um e entrar para o clube, é importante saber que achar um bom Niva no Brasil pode não ser uma tarefa fácil, já que alguns têm a mecânica fadigada pelo esforço repetitivo das trilhas, somada à adaptações grotescas, uso de peças de reposição de procedência duvidosa, etc. Tudo é uma questão da correta avaliação antes de comprar o carro.

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Em contrapartida, diria que também não é uma "fria" compra-lo. Atualmente com a Internet e os e-commerce´s a questão das peças deixaram de ser um problema, já que a oferta aumentou muito, seja pela possibilidade da importação direta ou pelo surgimento de fornecedores nacionais de peças originais a custos razoáveis, sem contar que existe a chance de reaproveitamento de varias peças dos modelos Laika e Samara que são idênticas e ainda encontradas em desmanches a preços atrativos, e o principal, o Niva tem a concepção mecânica  simples e conhecida, possibilitando ao dono aprender para executar ou supervisionar os serviços em seu Jipe. 

Quem tem um Niva sabe que o carro tem alguns  pontos a serem melhorados, porem isso não tira seus méritos e seu inabalável carisma. Uma percepção minha é o fato de eu não conhecer nenhum Niveiro, não significa que não existam, que não tenha "sofrido" um pouco ate acertar o carro . Ter um Niva é bem diferente do que um Gol, por exemplo. O Niva exige envolvimento e persistência para deixa-lo personalizado e mais confiável. Quando comprei o meu conhecia pouco de mecânica, alias, nem gostava disso, mas o desafio de torna-lo viável me fez aprender, criar, pensar em soluções e desenvolver habilidades que eu desconhecia ou achava-me incapaz, resumindo, para quem gosta de desafios, tai um bom exercício, nada tão diferente se comparado com um Willys, por exemplo.

Particularmente sou favorável a certas adaptações, sejam;  peças, kit´s ou acessórios, desde que melhorem o desempenho do carro sem comprometer sua segurança e, muito importante, que mantenham as características, ou a alma off-road do Jipinho. Meu Niva tem varias, todas executadas com critério e capricho, com destaque para o motorização VW AP1.8 que se bem executada simplesmente não da problemas, alias, após o período de acertos mecânicos, fiquei por um bom tempo gastando somente combustível e um pouco do meu tempo para executar manutenção preventiva na viatura.

Na verdade, quando comprei meu Niva, em setembro de 2005, a ideia era usar o carro para me auxiliar na pratica da pesca esportiva, um hobby que cultivo já a muitos anos. Na época visava alcançar pontos de pesca que veículos 4x2 não chegariam e principalmente para me ajudar nas manobras de colocar e retirar meu barco da água, mas o inusitado aconteceu e como é fácil de supor, adquiri um novo hobby. Depois do Niva, por um bom tempo,  meus finais de semana nunca mais foram os mesmos, seja arrumando e projetando melhorias para o carro ou usando a viatura nas pescarias e em passeios pela privilegiada região montanhosa do sul de Minas Gerais, comprovando e aprovando as qualidades off-road do jipinho Russo.



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R E L Á T O  3
Nome : Bruno Mega

Cidade : Rio de Janeiro
Copyright© 2002 NivaSite. Todos os Direitos Reservados.

Por que Niva ?

Quando vi o Niva pela primeira vez nas ruas do Rio de Janeiro, no começo da década de 90, confesso que fiquei um tanto quanto intrigado com aquele carro. Até então estávamos acostumados com as caminhonetes e picapes da Ford ou Chevrolet, no máximo alguns Jeeps Willys e Rurais, e o Niva tinha algo diferente. Não sei se era o visual misturado à mística e o folclore que envolvia o apelo de ser um carro russo, coisa que naquela época passava a impressão de algo robusto, confiável e indestrutível, mas o fato é que o Niva transmitia uma sensação de superioridade e, mesmo lembrando uma mistura de Fiat 147 com Brasília, ele conferia automaticamente a seu motorista uma posição de destaque no meio do trânsito urbano.

Em 1996 enfim, consegui juntar um dinheirinho para comprar meu primeiro carro e, como não poderia deixar de ser, procurei me informar um pouco mais sobre o Niva. Quis saber quanto custava um Niva usado, mas não tinha muitas esperanças, pois tinha certeza de que estaria acima do meu orçamento. Fiquei surpreso quando descobri que o preço era em média menor do que o que se pagava por um "carro popular" usado.
Nesse momento, adquirir um Niva passou a ser uma tarefa possível para mim, e isso só já seria suficiente para me animar bastante, não fosse a confusão que tomou conta da minha cabeça, vendo tanta gente falar mal do carrinho. Já tinha ouvido pessoas falarem muito bem dele, em tom de devoção e paixão, mas também já tinha ouvido pessoas falarem horrores dele. Seria só preconceito de alguns?
Claramente eu precisava no mínimo me informar melhor, antes de decidir torrar meu suado dinheirinho num Niva usado. Foi procurando amigos de amigos que tinham ou já tiveram Nivas que acabei conhecendo não só o carro, mas o mundo OffRoad e tudo mais que o cerca. Corri atrás, ligava para pessoas que me indicavam outras para ligar e fui estabelecendo uma rede de contatos que envolvia muita gente. Ouvi opiniões de todo o tipo de pessoas. Proprietários satisfeitos ou não, revendedores, mecânicos e etc.
Depois de muito ouvir, cheguei à conclusão de que o Niva tinha mais qualidades que defeitos, naturalmente levando-se em consideração a natureza deste carro e ao propósito que ele se destina. E percebi que o erro das pessoas era tentar ficar comparando o Niva com um carro de passeio. E os preconceitos e queixas vinham justamente desta comparação equivocada. Definitivamente o Niva não é um carro de passeio, pelo menos não dentro do padrão atual. Ele é um Jipe. E como tal, em sua categoria, é um dos melhores e mais confortáveis do mundo, tendo ainda a vantagem de possuir um sistema de tração 4x4 full time muito bem pensado, com bloqueio de diferencial central e caixa de redução.
Certa vez eu estava numa concessionária autorizada Lada aqui no Rio "paquerando" um Niva 0Km ano 1995 quando vi uma pessoa perguntando o preço para um vendedor. Esse cliente estava interessado num carro que pudesse levá-lo à sua fazenda, cujo acesso era complicado para um carro de passeio. Quando o vendedor mencionou o preço do 0Km, o sujeito entortou o nariz e reclamou, argumentando que era o equivalente à um "carro comum" zero bala. O vendedor então retrucou, dizendo: "É... realmente é isso mesmo. Só que o senhor não vai conseguir chegar à sua fazenda com um carro comum. Já com o Niva vai ser muito fácil, pois ele foi feito para isso. E o senhor não vai conseguir, para este propósito, nada que se compare ao Niva sem ter que desembolsar pelo menos o dobro O Niva é de longe o 4x4 de melhor custo-benefício do mercado. Neste quesito ele é imbatível."
Está aí talvez a característica mais marcante do Niva. A relação custo-benefício. Sem dúvida que se eu tivesse dinheiro para comprar um SUV importado, cheio de conforto e tecnologia, eu compraria. Só que além de comprar, é preciso manter também e é nessas horas que a gente vê o dinheiro indo embora. A diferença de custo de manutenção entre o Niva e os demais 4x4 é muito grande, chega a ser um absurdo se comparado com Land Rovers, Cherokees e similares. Inacreditável!
Então precisamos separar as coisas. Se você pretende comprar um carro para ir passear no Shopping, não compre um Niva. Ele é duro, quente, feio e não dá Ibope entre as patricinhas. Agora, se você gosta de viajar, curtir a natureza, se você quer mais que um carro, quer um companheiro e não tem muito dinheiro para gastar com um SUV cheio de status, então seu carro é o Niva. Procure um Niva usado em bom estado e aos poucos vá dando a sua personalidade à ele. Estou no meu segundo Niva e comprei ele sem pressa. Após 3 meses procurando, encontrei meu carro ideal e não tenho do que reclamar, muito pelo contrário.
O Niva não é um carro ruim de se dirigir. Muita gente tem sido injusta com ele. Tive um Uno Mille comprado 0Km que tinha a direção mais dura que o meu primeiro Niva. A mala era do mesmo tamanho e, quanto ao conforto, não via lá muita diferença não. E além disso, hoje em dia já é possível colocar ar condicionado, bancos confortáveis e com um pouco de imaginação dá pra adaptar vidros elétricos e outras coisas que vão deixar o Niva bem mais gostoso de se dirigir e bem mais agradável para longas viagens.
Nunca tive problemas com relação à mecânica e peças de reposição. O Niva tem uma mecânica de concepção antiga sim, mas muito simples e de conhecimento de qualquer mecânico decente. Além disso, seu motor é duradouro e confiável, naturalmente se você não se descuidar da manutenção preventiva. Um pouco fraco, é verdade, poderia ser mais potente, mas isso hoje em dia não é mais problema, pois já existem kits para adaptação do Niva para o motor Volkswagen AP 1.8 e 2.0, presente nos Santanas, Gols e etc. E não se trata de trabalho artesanal não, é engenharia séria e muito bem feita. Mas mesmo para o motor original, existem peças nacionais que podem ser usadas perfeitamente, sem necessidade de adaptação. Ou seja, com um Niva você não está 100% dependente do estoque de peças originais na rede credenciada.
O Niva está presente no mundo inteiro. Existem Nivas rodando na Austrália, França, Inglaterra, Itália, Canadá, Uruguai e etc. A Lada tem modelos novos, mais modernos, bonitos e parecidos com SUVs atuais como esses Grand Vitaras da vida, naturalmente guardando-se as devidas proporções. Existem na Europa modelos à Diesel, versões 4 portas, caminhonetes e etc.
No Brasil, infelizmente, sofremos com leis de restrição à importação de veículos impostas principalmente a partir de 1995 que acabaram por classificar erradamente a categoria do Niva. Com isso surgiram problemas para importação de modelos novos e as altas alíquotas fizeram com que deixasse de ser compensador e lucrativo trazer até mesmo esta versão do Niva que é mais conhecida pelos brasileiros. Tanto que o Boom do Niva desapareceu e modelos pós 1995 existem, mas são mais difíceis de se encontrar por aí. Existem Nivas 0Km à venda no Brasil. Trata-se de uma versão com Injeção Eletrônica padrão GM (a mesma do Corsa), motor mais potente e econômico. No visual, o carro é basicamente o mesmo, apenas com um painel mais bonito, bancos mais confortáveis e porta traseira mais bonita e prática. E enquanto que no Uruguai este mesmo carro é vendido no máximo por 7 mil dólares, no Brasil dificilmente sai por menos de 12 mil dólares. E com a cotação do dólar aonde está, fica realmente desanimador investir num Niva zerinho.
Mas com certeza o mercado brasileiro para o Niva existe e está carente. Talvez uma reformulação do processo de importação junto à fábrica ou então uma revisão da classificação do Niva na atual lei de importação de veículos, possa fazer renascer o boom deste valente russinho. Mas quanto à isso eu não tenho nenhum ou tenho pouco poder de influência, só me resta mesmo como consumidor, pelo menos até este momento em que escrevo minha história, torcer para que as coisam tomem o rumo certo.
Por hora, a melhor maneira que encontrei para sair em defesa do Niva e contribuir com minha modesta experiência com os demais proprietários, bem como ajudar aqueles que de alguma forma se interessam ou precisam de informação sobre o Niva, foi tomar a iniciativa de levar adiante a ideia do NivaSite. E para isso, conto também com a ajuda de amigos e de todos que se interessam pelo tema, seja me mandando relatos, soluções, matérias ou simplesmente me enviando mensagens via e-mail, dando força para enriquecer este espaço. A estas pessoas só tenho o que agradecer e dizer que o NivaSite hoje é uma realidade e a responsabilidade por mantê-lo é algo que só me motiva mais e mais e a cada dia que passa.
Um forte abraço a todos, e divirtam-se a bordo de um bom Niva!


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R E L Á T O  4
Nome: Alvaro Melo
Cidade : Rio de Janeiro
Copyright© 2002 NivaSite. Todos os Direitos Reservados.

Niva: injustiçado e incompreendido!

Há algum tempo observo que proprietários de Nivas se queixam das brincadeiras que são alvo por parte de outros jipeiros, especialmente os donos de jipões caros, importados e cheios de "status". Contudo, há uma turma que tem Niva e curte o jipinho numa boa, assim, como tenho alguma experiência sobre o assunto, presto meu depoimento a quem interessar possa!!

Definitivamente: o Niva é um carrinho sofrível e um excelente jipe! Tive um Niva dos primeiros, 90/91 comprado zero em jun/91. Na época minha frotinha era constituída por 'uma Band 89 curta de aço, completíssima de fábrica (só não veio com guincho mecânico) e incrementada em casa (freio a disco nas 4 rodas, guincho elétrico, rodões, pneuzões, etc, etc), um CJ-5 (o Mike que está conosco até hoje) e uma F-75 4x4, azulona e bem equipada que fazia muito sucesso em Paty do Alferes (a F-75 até hoje é a camionete preferida dos plantadores locais) onde ficava guardada.

Minha mulher que dificilmente nos acompanhava até em passeios mais "light" porque sua coluna não permitia, passou a sair conosco graças ao Niva. Como ele é extremamente vocacionado para estradinhas de terra, com costelas de vaca, valetas e outras surpresas normais, ela passou a achar tudo perto, pois com a tração permanente e a suspensão semi-independente, dava para andar com o pé na lata e dar a ilusão de trajetos menores, com os outros 4x4 isso era totalmente impossível.

Nessa ocasião, o JC/RJ Inaugurou uma trilha noturna (trilha da Manchete) que já era considerada brava mesmo de dia. Preparei-me para ir na Band, mas em cima da hora apareceu um convite pra alugá-la para um comercial da Coca-Cola e o Fábio, meu filho, na época ainda estudante de engenharia em véspera de provas, ofereceu-se para levar a Band para a filmagem onde poderia ficar estudando enquanto eu iria para a trilha com o Niva.

Na trilha juntei-me ao único niveiro presente, nosso companheiro Fred (10 Niva no JC/RJ - está com ele até hoje e nunca lhe deu boa-vida...) e pelo PX ficamos trocando figurinhas e temores tipo: como está a temperatura do teu? Reduziu? Usou bloqueio nessa? Os nivas nem bola, fizeram a trilha toda numa boa. Com 800 km rodados o meu estava dentro de um rio, na Bocaina cuja saída já denotara outros 4x4 e lembro ainda de ouvir comentários do tipo "o cara é maluco, vai entrar com o Niva zerinho" e o bichinho deu show: entrou saiu e tudo mais. Na volta, embaixo de chuva só fiquei frustrado porque os outros 4x4 se divertiam derrapando na lama e o Nivinha, sempre levando tudo a sério com seu 4x4 permanente passava reto em tudo.

Aposentei-me em 92, encerrando uma carreira de 28 na PETROBRAS e para passar o tempo associei-me a um velho companheiro que tinha uma loja especializada em compra e venda de veículos 4x4. Cansei de atender pessoas que chegavam com uma graninha curta e pediam para que arrumássemos uma Toyotinha 78, 79 que coubesse naquele orçamento. Dificilmente se conseguia algo que prestasse com essa idade até porque havia muito pouca Band rodando em mãos de particulares. A maioria vinha de empresas de ônibus, fazendas e de outras atividades pouco serenas.

Normalmente eram carros judiadíssimos, além de queixo-duro e sem reduzida (sincronizadas só a Y e 4a marchas, lembram?). Nosso conselho sempre era de optar pelo Niva, cuja relação custo-benefício era excelente (conseguia-se um zero, por menos de US$ 9 mil) A maioria ficou satisfeita e alguns ficaram amigos até hoje.

No entanto é preciso salientar alguns aspectos negativos, tais como: O controle de qualidade da Lada era praticamente inexistente o que gerava uma série de pequenos problemas, chatos, mas normalmente fáceis de resolver, A rede de concessionárias organizada às pressas estava cheia de aventureiros ávidos por dinheiro, pouco técnicos e pouquíssimos dispostos a resolver problemas de clientes. Os outros carros da Lada, Laika (robustos e resistentes) e Samara que sofriam dos mesmos males do Niva sem possuírem os mesmos atributos contribuíram ainda mais para prejudicar a imagem da fábrica e seus representantes no mercado, A mídia especializada, sempre atrás de assuntos empolgantes, resolveu cair de pau nos carros, sem distinção (reparem que elogios ao Niva só se encontram em revistas de off-road, quando ocorrem...).

Na verdade, quem conhece e gosta de off-road, sabe o valor do jipinho. Vide teste da Jipemania sobre o novo Niva, realizado e escrito pelo Roitberg, que na minha opinião é o jornalista que mais sabe e melhor escreve sobre o off-road, daí inclusive minha preferência por essa revista.

Muita gente (especialmente mulheres, nada contra elas, apenas relato fatos) comprou o Niva por que era uma "gracinha". O desencanto consequente era também normal. Para o tipo de uso que elas davam ao carro, qualquer Uno era mais rápido, muito mais econômico e também era gracioso! Imaginem: pagar uma grana para ter um zerinho e descobrir que ele só fazia uns 6 a 7 km/l, andava pouco e ainda soltava a maçaneta na mão. O ar quente não desligava, o pedal do acelerador era alérgico a pés delicados e o volante original com aqueles desenhos decorativos dignos de uma penteadeira de puta, sem falar nos espelhos que fechavam sozinhos a mais de 80 km/h.

Depois vinha o problema do mau uso, de gente que não sabia ao certo para que aquelas alavancas todas, uma das quais ficava até mais perto da mão que a do câmbio. Sei de gente que estourou o diferencial andando bloqueado no asfalto e pior, sem saber!

Atualmente, temos o problema agravado, pois não se ouve falar do Niva novo, difícil de vender por causa do preço agravado pela alta do dólar e por uma incompetente e equivocada classificação tarifária, e os Nivas no mercado são usados e, portanto, sua compra requer cuidados que a maioria das pessoas não tem.

Para agravar, se você compra de quem nunca fez trilha nem andou na terra arrisca-se a comprar um carro bonitinho, mas prejudicado pelo mau uso. Pra comprar de um jipeiro (melhor opção na minha opinião) é preciso tomar outros tipos de cuidados, porém mais óbvios e, com uma certeza: o jipe era usado de forma certa e eventuais modificações sempre visam otimizar seu desempenho.

Uma parte do preconceito que alguns Niveiros se queixam de sofrer vem deles mesmos que se sentem diminuídos por terem um jipe mais barato e menos potente e por isso tornam-se mais vulneráveis a gozações e brincadeiras.

Sinceramente: não conheço nenhum Niveiro que tendo adquirido seu jipe conscientemente e com calma e critério para não embarcar em canoa furada, sinta-se humilhado ou discriminado por tê-lo. Vejo com preocupação é a estratégia elitista de algumas concessionárias de jipões mais caros (Lands, Pajeros, etc) que organizam copas, passeios e outras atividades exclusivas para proprietários de veículos de sua marca. Imagino o que isso faz na cabeça de pessoas que se preocupam com "status" e frescuras congêneres...

Concluindo, se você gosta de off-road e não quer ou não pode investir num jipão importado ou mais caro, compre um Niva, ele tem muito mais méritos do que limitações, e não tenha medo de ser feliz.

Tenho dito!


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R E L Á T O  5
Nome: Bacalhau

Cidade : ?

Como tudo na infância, na vida, no amor, não é o objeto, o veículo em si. Um aglomerado de metal, borrachas, vidros, engrenagens e fluídos que vale, mas, a profunda e misteriosa ternura que a gente deposita nele, a carga de emoções que o valoriza e o separa dos demais veículos deste mundo.


Pode envelhecer, descascar, desconjuntar, enferrujar, quebrar e quase nos levar à falência...


Quanto mais velho e mais feio, mais perto fica do coração sensível e enternecido da nossa meninice. Faz parte da vida da gente, passeia junto, recebe pingos de cerveja, refrigerante e de sorvete (e pinga óleo no chão da garagem). Participa de momentos especiais com a família e os amigos.


É o companheiro nas tentativas de superação e conquista dos caminhos difíceis da vida. Basta que o procuremos e ele estará lá, resignadamente, à nossa espera.


Não importa se está quebrado e não pode nos levar a um passeio. Mesmo assim, imoto, ainda tem vida, alma, personalidade.


Não nos culpa por termos relaxado com sua manutenção. Mas, pacientemente, permite que esqueçamos nossos estresses, frustrações, revoltas, numa terapia, ao tentarmos consertá-lo e melhorá-lo, como se tentássemos consertar a nós mesmos.

 

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R E L Á T O  6
Nome: Geniva

Cidade : Vera Cruz - RS

ENTRANDO NO MUNDO NIVA


Comprei um carro pro dia a dia. Acabaram-se os gastos com peças, mecânicos, etc...

Fiquei mais tempo em casa, descansando. Andava quase só no asfalto, enfim, tornei-me um cara normal,um motorista, como qualquer outro. Mas faltava-me algo... E eu já sabia o que era. A mata, o campo, os rios e açudes, os caminhos e lugares que sabia que existiam e não podia visitá-los.

Então comprei ele : MEU PRIMEIRO NIVA!


Um carro que muitos chamam de droga, sem ter a coragem de conhece-lo! Por isso jamais saberão o prazer que ele dá. O orgulho de possuí-lo mistura-se com a dor e o cansaço de ter que mantê-lo em forma, em dia, inteiro. As vezes satisfazendo-se apenas por estar andando, isso já basta para alegrar-nos!


Me diriam aqueles que o desconhecem: “QUALQUER CARRO TEM, NO MÍNIMO O DEVER DE RODAR!” Respondo-lhes como niveiro de coração: Após ver nos fóruns opiniões de muitos outros como eu, estou aprendendo o básico de informática, e conto com a ajuda de todos irmãos Niveiros que concordarem com minhas opiniões para podermos divulgar esse inexplicável vício que hoje faz parte de nossas vidas.

Do mesmo modo que as pessoas com as quais me relaciono, ao lerem esse artigo, ficaram surpresas e até curiosas em relação ao Niva, todos compreenderão, ou ao menos
PENSARÃO DUAS VEZES ANTES DE SE ARRISCAREM FALAR MAL DELE!!!


Nunca fui apegado à bens materiais. Adoro minha família, amo minha esposa e meus filhos. Mas porque alguém foi escrever um dia que NIVA TEM ALMA??? Isso não saiu mais da minha cabeça, e me fez escrever isso tudo.


Que vício louco é esse que a gente não faz a mínima força pra sair dele?


Que prazer nos dá em passearmos com a família, conhecer lugares que não chegaríamos em um carro normal. Passarmos por barrancos e rios, com um enorme sorriso de orelha á orelha. “SÓ LOUCOS COMO EU SENTEM ORGULHO EM TER UM CARRO QUE A MAIORIA DAS PESSOAS NEM PENSAM EM POSSUIR!!!”


MESTRES NIVEIROS


Quero parabenizar a todos vocês, que ainda nesse mundo de hoje, tem personalidade suficiente para assumirem que gostam de um carro simples, barato, mas suficiente para levar-nos onde quisermos.

Pela solidariedade de ajudarem aos novos Niveiros, com dicas de como superamos os problemas que enfrentam hoje em seus Nivas.
Pelos conhecimentos de mecânica que proporcionam às suas mulheres e filhos ao pedirem para alcançar-lhes embaixo do NIVA um macaco hidráulico, uma chave dezenove ou um alicate de pressão (isso também ajuda com nossos presentes de aniversário, rsrsrs).
Enquanto a maior parte das pessoas, não tem a coragem de viver a vida sem preocupar-se com o que os “outros” vão falar, sentem inveja e gastam o que não podem para possuírem um carro mais caro que seus colegas ou vizinhos, a gente sente alegria em nossos corações quando alguém compra um Niva. E ABRIMOS AQUELE SORRISO AO PASSARMOS POR OUTRO RUSSINHO NAS RUAS!

Existem poucos mecânicos que consertam NIVAS! Talvez a gente tenha um pouco de culpa nisso, pois quando o levamos na oficina ficamos sempre de olho, em cima, conferindo tudo. Resistimos ao máximo, mas sempre chega um momento em que precisamos auxilia-los, pois ninguém conhece um NIVA quanto seu dono, cada um tem suas manias! E é nessa hora que o mecânico pode ficar “beiçudo” e a partir disso passam a “não ter” mais hora disponível para atender-nos. Ou cobram fortunas de mão-de-obra. Levando-nos com isso a cada vez mais buscar o conhecimento com outros Niveiros para a gente mesmo fazer sua manutenção.


“QUANDO NOSSOS NIVAS ESTÃO QUEBRADOS SENTIMOS ALGO ESTRANHO, PARECE QUE FICAMOS MAIS TRISTES DO QUE BRAVOS!! ISSO QUE EXPLICA O SENTIMENTO DE ALEGRIA EM APENAS ELE ESTAR RODANDO!!!”


Todo carro deve andar, mas o Niva não é “TODO CARRO”!

Um niveiro de verdade, quando percebe que outro niveiro está feliz, jamais faz criticas DESTRUTIVAS quanto a cor, ano, motor que usa, até mesmo sobre o estado de um outro NIVA ! Damos sugestões, opiniões. Antes de tudo precisamos encorajá-lo à seguir em frente. Respeitamos sua escolha e entendemos o que esta sentindo, já passamos por isso!!!

Nessa fase, estão aqueles que podemos chamar de MESTRES!


São os Niveiros antigos, de idades variadas, com conhecimentos em diversas áreas profissionais. Que usam com certeza esses conhecimentos para cada vez mais deixarem seus NIVAS próximos da perfeição.


Esses mestres ,SENTEM NA CONCIÊNCIA, o dever de orientar os outros Niveiros e principalmente os novatos, pois sabem que enfrentarão dificuldades e preconceitos.

 
O NASCIMENTO DE UM NIVEIRO

Esses são alguns preconceitos, além disso falarão que seu NIVA é quadrado, ridículo e você é um louco em comprá-lo. Em muitas Autopeças a resposta será sempre a mesma: não, ao pedirmos peças pro lada, se não insistirmos, nem levantam da cadeira para procurar uma peça “genérica”!

Nas primeiras vezes poderá sentir-se envergonhado, indeciso. Notará que a direção é um pouco dura, que é gastador, os freios não são muito eficientes. Vai olhar pra alavanca da reduzida, desconfiando que ela tá engatada. Talvez comece a pensar em vendê-lo...

Esse é o seu primeiro teste! Os mestres já sabem o que acontecerá:


1 - Você vai vendê-lo, ou troca-lo por um carro normal, uma moto, uma bicicleta, uma tv, qualquer coisa. Está desesperado e com medo do Niva, muito preocupado com o que os outros pensam de você. Se livrará dele e seguirá outros caminhos. NÃO CHEGARÁ AOS NOSSOS! Será apenas mais um para falar mal ...


2 - Vai vendê-lo ou trocar por um carro. Mas não conseguirá esquece-lo! Ficará babando quando ver um de nós no estacionamento. Pesquisará nos fóruns e nos jornais, até um dia tomar coragem de se “assumir” e ir em busca do tempo perdido! TÁ NO SANGUE!!!


3 –VOCE TEM PERSONALIDADE E NÃO COPIA NINGUEM, FICA FELIZ QUANDO ALGUEM ALCANÇA UM SONHO, NÃO PENSA DUAS VEZES PARA ELOGIAR E DAR FORÇA À ALGUEM, COMEMORA JUNTO COM SEUS AMIGOS SUAS VITÓRIAS E ABRAÇA-OS EM SUAS DERROTAS, ADMIRA AS PESSOAS, MAS NÃO AS INVEJA...ENFIM...VOCE TEM O CORAÇÃO PURO, PRINCIPAL VIRTUDE DE UM FUTURO MESTRE NIVEIRO!!!


Seja bem vindo! Estamos prontos para ajudá-lo!




Para saber muito mais sobre o Niva, convido você a se inscrever em meu canal do YouTube.



R E L Á T O  7
Nome: Wolfgang Peters

Cidade: ?

Eventualmente, pode ser que a longa vida do Lada Niva seja o resultado de um equívoco: à primeira vista, ele é apenas um carro. Na segunda olhada, é uma máquina de trabalho que alguém, por razões que não conseguimos compreender, construiu de forma que pudéssemos desenvolver associações com um automóvel. Mas se nos decidirmos a reconhecer e aceitar a verdadeira natureza do Lada Niva, então estaremos no caminho do reconhecimento: o Lada Niva é realmente um automóvel. Mas é um como nenhum outro. Nós já nos encontramos com o Lada Niva nos anos passados. Mas não se tratava de expedições a lugares inóspitos. Nós não queríamos analisar detalhes técnicos que, como comprovavam os demais veículos da época, podiam ser descritos como ultrapassados. Não se tratava de provar a superioridade dos produtos ocidentais sobre concorrentes mais antigos. Após nossos encontros com o Lada Niva, nós sempre estávamos na situação de refletir sobre o sentido do progresso e sobre alguma forma de fascinação que é obtida através da simplicidade. Pois o Lada Niva é um mestre da simplicidade. Isto não precisa ser uma desvantagem. Muito pelo contrário, é o que valorizamos, quando nos encontramos solitários, no meio do nada e podemos, com um simples martelo, reparar um pequeno problema na suspensão traseira. O Niva, com sua tração permanente, sua configuração simples e eficiente e sua inacreditável suavidade ao se deslocar através de lama e neve foi definido como um carro simples e assim permaneceu. Isto é comprovado através de uma olhada em um manual de instruções contemporâneo, que é uma preciosidade para qualquer pessoa que aprecia a precisão da simplicidade: desenhos cuidadosamente elaborados de coisas das quais nem suspeitávamos existirem no Lada Niva. Destrinchado até o último parafuso, detalhado até o último canto de seu interior, transformados em um quebra-cabeças de detalhamento dos desenhos e esforço artístico do que é apenas aparentemente secundário. Na página inicial, uma reminiscência do passado: “Automóvel WAZ-2121. Aprovado pelo Comitê Científico do Comitê de Estado da URSS Para o Aprendizado como instrumento de aprendizado para Escolas Técnicas” E aí, em inúmeras páginas, penetra nas profundezas da descrição técnica. Tudo no mais erudito russo.


Mesmo para aqueles que não têm intimidade com o Lada Niva, esses desenhos podem ser de utilidade. Ao observá-los, vem uma paz da qual, de outro modo, sentiríamos falta.



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